É nóis, maluco

Olha, eu não sei como você caiu aqui. Mas já que tá, não custa um comentário p'ra deixa pegada forte na opinião do baguio. Suave!

sábado, 25 de abril de 2009


Era da janela que a velha de cabelos maltratados se sentia fora do mundo, sedada pela apatia de quem ia e vinha lá embaixo com olhos de zumbi e passos de gado.
Resolveu que seria a última tarde que queimaria seu cigarro e se contaminaria pela apatia alheia.
À partir daquele pensar,trancou sua janela com correntes e cadeados de forte metal, jogou a chave pela outra janela, pequena, do banheiro.
Viveu o resto dos seus dias a pedir refeição pelo telefone e dançando seus discos antigos, numa dança em que era feliz.
Morreu branca, pálida pela falta sol e com um leve sorriso por saber que não fora consumida pelos gados zumbis e outros monstros apáticos.

6 comentários:

Leandro Rocha disse...

Realmente o que queima é a apatia e a vontade de não-viver... As pessoas muitas vezes esquecem que a vida é o que passa enquanto elas ficam em suas janelas e prisões particulares observando tudo à distância.

Parabéns pelo Blog!

Qualquer coisa é só dar uma passada no "Surto Coletivo"

Um abraço!

blog disse...

Esperando seu comentário em meu blog.

Ipsis

Ana Paula disse...

Apesar da melancolia, é digno e sentimentalmente honesto.

amplexi Zé!

Unknown disse...

Mandou bem.

Susan Boyle. Vitima. Susan Boyle.
Janelas presentes nas imagens do passado.
Susan cantora. Imortal o artista.
Nunca conversei com Susan. Só ouço cantar.
Susan, a sereia. Susan, a voz do encantamento.
Passado o tempo Susan ainda existirá.
Susan, a cantora.
Sol. E Susan ainda cuida das coisas. Noite e Susan está parada olhando pela janela. Susan costuma falar sozinha e assim vai tecendo sua comunicação com o demais habitantes. Susan agora é obra de minha ficção. Nunca conversei com Susan. Mas Susan conversa...

Mcd!

MÁRCIO FERRAZZO disse...

Ótimo, Zé! Vou divulgar na minha coluna para lerem este post. E obrigado pela sdicas! Abs!!!

Anônimo disse...

sábia e digna senhora...