Padre, eu pequei.
Tempos atrás passei a perna em muita gente. Até um do senhor eu quis engrupir. Era uma história de enterro de cachorro e cangaceiros.
Já roubei o fogo, também. Me disfarcei de Urubu e obtive poderes, mas o Sapo Taro-Bequê se aventurou de Prometeu e me dei mal.
Outro dia, dei dois tiros no meu peito. Ninguém entendia os meus quadros e meu irmão estava gastando todo seu dinheiro comigo. Entrei em crise brava!
E a multidão que cego levei ao caminho da morte... Pregava ser a Vereda da Salvação.
Sabe, Padre, há milhares de anos antes do seu chefe descer à terra, matei meu pai e dormi com minha mãe.
Até já tentei ser Jesus Cristo. Fazia obras p'ra Deus, meu Pai.
Envenenei gente também.
Diz aí, Padre, quantos pais-nossos, aves-marias serão necessárias por ser ladrão, assassino, explorador de mulheres e outros marginais que Plínio me apresentou.
Olha, eu rezo no milho, me chicoteio, pago o dízimo, pinto a igreja...
Agora, só uma coisa, seu Padre:
Me dá a certeza que lá no céu vai ter um palco bem bonito!
Um comentário:
Nossa, gostei muito desse!!!
Acho que me identifiquei...
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