É nóis, maluco

Olha, eu não sei como você caiu aqui. Mas já que tá, não custa um comentário p'ra deixa pegada forte na opinião do baguio. Suave!

domingo, 19 de agosto de 2007

Confissões no camarim


Padre, eu pequei.
Tempos atrás passei a perna em muita gente. Até um do senhor eu quis engrupir. Era uma história de enterro de cachorro e cangaceiros.
Já roubei o fogo, também. Me disfarcei de Urubu e obtive poderes, mas o Sapo Taro-Bequê se aventurou de Prometeu e me dei mal.
Outro dia, dei dois tiros no meu peito. Ninguém entendia os meus quadros e meu irmão estava gastando todo seu dinheiro comigo. Entrei em crise brava!
E a multidão que cego levei ao caminho da morte... Pregava ser a Vereda da Salvação.
Sabe, Padre, há milhares de anos antes do seu chefe descer à terra, matei meu pai e dormi com minha mãe.
Até já tentei ser Jesus Cristo. Fazia obras p'ra Deus, meu Pai.
Envenenei gente também.
Diz aí, Padre, quantos pais-nossos, aves-marias serão necessárias por ser ladrão, assassino, explorador de mulheres e outros marginais que Plínio me apresentou.
Olha, eu rezo no milho, me chicoteio, pago o dízimo, pinto a igreja...

Agora, só uma coisa, seu Padre:
Me dá a certeza que lá no céu vai ter um palco bem bonito!

Um comentário:

Unknown disse...

Nossa, gostei muito desse!!!
Acho que me identifiquei...