Preferia o tempo em que acreditava que o mundo seria melhor.
Plantando sementes para um fruto bom no amanhã.
Preferia o tempo em que ser jovem com ato de rebeldia me diferenciava dos pacatos e apáticos humanos conformados.
Preferia o tempo em que o mundo moderno não me acuava.
Preferia o tempo em que uma garrafa de São Tomé me bastava.
Preferia o tempo em que era guerreiro em um campo espiritual: eu, um enviado de Deus, na luta contra um mundo de pecado.
Preferia o tempo da batalha.
Preferia o tempo dos sonhos, em que almejava sucesso, cumpria rituais.
Preferia o tempo em que era salvador de crianças da perefiria.
Preferia o tempo em que a melancolia me açoitava e as dores me fortaleciam.
Preferia o tempo em que o salario mínimo me mantinha.
Preferia o tempo da ideologia da não-carne. Soja salvando pobres bichinhos.
Preferia o tempo das descobertas. Pequenas e prazerosas.
Preferia o tempo dos papos noite adentro, de madrugadas com os meus.
Preferia o tempo em que expunha minha alma.
Preferia o tempo do corpo mais magro, olhar mais inocente, cabeça solta no vento olhando estrelas.
Preria o tempo em que não preferia outro tempo.
Preferia confusões sociais. As individuais são mais doídas, mais difíceis.
Preferia o tempo em que a prova mais bonita era ser eu mesmo
Preferia o tempo em que escrever me confortava.
Preferia o tempo em que me indignava com o outro mal tratado pelo mundo.
Preferia o tempo em que eu lia, andava a pé.
Preferia o tempo em que os bancos das praças me eram ombros amigos e lá eu era feliz.
2 comentários:
eu tmb preferia esse tempo.
doído né?
Bons tempos....bastava apenas viver.
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