Paixão em Corpus Christi. Uma crônica alfabeta

Ângela ansiava
andou a avenida até a aquela alameda
ali amparada
Anselmo a acariciou até anoitecer

beberam brindando
boêmios brincando
bambeando braços
bocas buscando beijo

caso consumado
casamento concluído
convidados comentavam:
companheiros

desejos dia-a-dia
dançavam discos doidos
dissonante devaneio
duro de duvidar

encanto enlaçado
estúpida esperança
essa estabilidade estranha
e então, evento emergiu:

feriado frio
fé afiada
festa - fiéis felizes
fachadas fechadas

gente, gente, gente
gente, gente, gente
gente, gente, gente
gente, gente, gente

homem honesto
há-de-haver

índole imaculada.
indubitável
instante imprevisto
intrigava instabilidade


jantares, jóias
juntos juraram
jubileu jubiloso
juntaram juras

mulher moça
malandra
moendo mentiras
mascarando motivos

nua na noite
novo noivo
n'outra necessidade.
nisto, nicho notado

olhou.
ódio
ossos, olhos,
ostentando
ódio olhado

pecado primeiro
possuir por prazer
pureza poluída
padecendo princípios


_ Quando que...?

reza rompida
revolver rasgando ruídos
roendo rumores
razão revolta

som situando silêncio
soando sono
'spalhando sangue suado
sobre seu solo

tegumento
tom terror
terra tragando
tinta turva

_ Uuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu

vários vaiaram
vários viraram
vários viram
vários vomitaram

"ch"oro
"ch"orado
"ch"ororô

Xadrezzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz