É nóis, maluco

Olha, eu não sei como você caiu aqui. Mas já que tá, não custa um comentário p'ra deixa pegada forte na opinião do baguio. Suave!

sábado, 4 de agosto de 2007

O espelho nosso de cada dia. Por MCD


Pela manhã, olhar no espelho. Todo dia a mesma coisa. Como estou?! Qual será o rumo da minha vida esta manhã. Imagino que os índios do descobrimento tenham tido esse tipo de pensamento exatamente quando lhe deram um espelho em troca de algumas penas, uns tantos cocares e outros colares ornamentados pelo ouro, esmeraldas e outros sonhos bandeirante.

Desde então matinalmente mantemos uma relação narcisista com o dia vindouro. Os olhos de um indivíduo que acaba de acordar, vislumbra, sonolento, uma espécie de cópia mau feita. Uma xerox apagada. É certo que em alguns dias isso tudo muda e o que se vê é exato o mesmo ao contrário. Coisas de espelho.

Acordei assim, precisando de uma imagem para diagnosticar o dia. Fuga de bandido, seqüestro em ônibus, classe média armada. Senadores votam o desarmamento, a sociedade ainda permanece vítima de tudo e de todos. Principalmente se a razão estiver refletida nos olhos que se miram através do espelho retrovisor em um coletivo.

Decidindo entre vida e morte, a escolha deveria ser pela vida, que naturalmente caminha para a morte. Sem a necessidade de que outro interfira. Mas, e quando isso acontece? Quando outro tira a vida de outro, vitimas da miséria? E agora? Como é que vou me ver no espelho?

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