Cosme e Damião me ofereceram sobremesa
no dia da cura pro meu medo.
Já tinha passado do tempo
Em que sustos e sombras acompanhavam um menino
(Não sei medir idade
mas pelas patas e pelos dentes, devia ter quase 11.
A Filomena
Esposa do Ratão
Me conduziu até o terreiro.
A partir daí
A memória documenta a falha de
guarda chuvinhas de chocolate,
batata doce - roxa
maria mole na casquinha de sorvete
com bexiga.
E tinha fumaça.
Incenso expectorando peito ruim ou a foligem pra incomodar os puros. Aquela fumaça atravessada que compram pra desinfetar corpo que não se encaixa.
Tinha o branco predominante que contrastava com a terra. Cor TERRA. O marrom dizendo “senta”.
O tempo do tabaque. Do A.
É sempre outro
O tempo do outro.
Fui chamado e fui. Falei com crianças e me deram uma rosa branca.
Pra não ter medo.
Foi a noite mais tranquila.
Mas.
Não ter medo.
Assusta.
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