Aqui mesmo!
Jundiaí
Ali mesmo!
Serra do Japi
Lá!
Santa Clara
E quem é que vem?
Quem é que brinca de roda?
Quem é que de vestido de chita conta histórias?
PITUCA
Ela e a irmã
P: Eu vejo Lobisomem.
_ Hã?
P: Eu vejo Lobisomem;
_ Ele é mau?
P: Orelhas grandes.
_ Assustador?
P: Dentes afiados.
_ Você tem medo?
Nada de medo. Nada.
O Lobisomem só passava por Pituca
P’ra lá e p’ra cá
Na ida e volta da escola
Enquanto sua mãe torrava amendoim para a paçoca
E dizem por aí, aqui mesmo em Jundiaí
Que Lobisomem não tem pêlos nas mãos, nem pé
_ É?
E foi de rápido passar
Pituca já sem medo foi notar
Que as mãos do “de noite” Lobisomem
Tinham marcas de enxada e de trabalho
P: As mãos são de papai!
Que de dia me protege com suor cortando lenha no bosque
E de noite contra qualquer mal que me toque
E não é que tudo aumenta?!
Todo mundo cresce?!
Pituca casou-se na mesma igreja
Que quando menina ia na quermesse
_ VIVA OS NOIVOS!
Na festa com toda a vizinhança
Jurou amor a Bastião, que conhecia desde criança
E quando casados, no aconchego de seu lar
Bastião que era homem
Nervoso confessou:
B: Pituca, querida! Não é de hoje que por este quintal que dá p’ra esse mato e chão de terra batido, tenho visto o cachorro grande que chamam de Lobisomem.
E a danada da Pituca riu, riu, riu até faltar o ar.
Deixou o pobre do Bastião vermelho de vergonha
Era alívio por saber que sua casa estava protegida pelo cão-homem-seu-pai.
E por esses dias de 2010, dizem que ele, o pai-homem-trabalhador-cachoro-peludo-protetor se encontra por aí.
Mais precisamente na Serra do Japi.
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