Lembro de quando registrava as coisas e momentos num caderno. Nuns vários cadernos. Nele (s), moravam minhas noites de teatro, de amigos tão novos quanto eternos, de achar que aquilo tudo era trabalho pra mais do que eu poderia agüentar. Lembro das presenças e dos rostos e do suor que produzíamos juntos e das nossas vozes, em coro e em solos ecoando nos cômodos grandes e vazios da estação abandonada.
Era um som. Era um cheiro. Tinha uma luz, um ar quase frio, sempre pedindo mangas.
Lembro dos chinelos de velho do Zé. Dos risos largos do Zé. Dos gritos largos do Zé. Da braveza esmagadora do Zé. Os pães do Marquinhos, a pele cinza do Mário. O excesso de ternura da Rô, a alma derramada do Fer.
Éramos tão poucos. E muitos.
Fizemos tanto. E quase nada.
Lembro de sentir o tamanho da sorte que tive em estar nos processos com aquela gente. Lembro de não dar tanto valor a isso.
(suspiro)
Aos meus cadernos.
Às minhas noites.
Ao que ficou pra trás.
Ao que veio comigo.
Amanda Mantovani
Deixando a saudade com cara de realização:
Era um som. Era um cheiro. Tinha uma luz, um ar quase frio, sempre pedindo mangas.
Lembro dos chinelos de velho do Zé. Dos risos largos do Zé. Dos gritos largos do Zé. Da braveza esmagadora do Zé. Os pães do Marquinhos, a pele cinza do Mário. O excesso de ternura da Rô, a alma derramada do Fer.
Éramos tão poucos. E muitos.
Fizemos tanto. E quase nada.
Lembro de sentir o tamanho da sorte que tive em estar nos processos com aquela gente. Lembro de não dar tanto valor a isso.
(suspiro)
Aos meus cadernos.
Às minhas noites.
Ao que ficou pra trás.
Ao que veio comigo.
Amanda Mantovani
Deixando a saudade com cara de realização:
Um comentário:
Chorei como um miserável que assiste ao circo pelo vão da lona e por um segundo entende tudo e esquece a fome.
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