A cada dia me convenço de que fazer teatro é para poucos.
Fazer teatro é trabalhar.
É ler.
É decorar texto.
É frequentar ensaios.
É passar e repassar a mesma cena quantas vezes necessárias ( e são muitas).
São poucos os que encontram prazer neste trabalho.
Fazer teatro é para esses poucos.
Poucos são os que abdicam de suas vaidades para algo que é maior:
Rir risos alheios,
Chorar lágrimas universais
Muitos são admiradores dos atores.
Poucos são os que antecederam a visão e pensaram em quanto suor foi derramado, quantas lágrimas escorreram, quanta cabeça foi afrontada...
Muitos descobrem o teatro
Poucos habitam a ilha descoberta.
Mas teve um polonês que me falou que fazer teatro é uma delícia.
E aí achei a resposta do porque faço teatro.
Fazer Teatro é uma delícia.
É delicioso me confrontar com minhas limitações, é delicioso me colocar no lugar do outro, é delicioso misturar ingredientes e confeitar um bolo bem gostoso para todos.
É mais delicioso ver a delícia de quem come o bolo.
Ver a delícia no outro é para poucos.
Fazer teatro é para poucos.
E os poucos, de pouco em pouco surgem no palco.
E aí são muitos. Por que a compreensão deixa de ser indíviduo. Morre-se um para nascer muitos.
Fazer teatro é para poucos
E é uma dádiva!
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