É nóis, maluco

Olha, eu não sei como você caiu aqui. Mas já que tá, não custa um comentário p'ra deixa pegada forte na opinião do baguio. Suave!

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Lá embaixo.


Ah, como eu queria ter um porão na minha casa.
Descer as escadas empoeiradas, abrir o cadeado que somente eu tenho o poder da chave, acender a luz fraca e sentir o cheiro de antigo, de guardado, de lugar meu.
Já clareado pela pouca luz, sento na poltrona encostada no canto dos poucos metros quadrados e me sinto a vontade. Escolho entre abrir o envelope com fotos, escrever poesia ou gravar uma música no radinho que foi presente de criança.
Nenhuma das alternativas. Quero fechar os olhos e fazer meu filme: casas iguais , simples, mas bonitas. Vizinhança no portão, crianças com bola na rua, velhos com cadeiras na calçada e o bijuzeiro apitando.
Penso em escolas rurais, histórias de antepassados e leite em garrafa na porta de casa.

Ah, meu porão: escritos nas paredes e um baú com segredos.


Um comentário:

Anônimo disse...

A Maria (sábia menina) assiste a um desenho durante suas tardes de ócio e crescimento, que tem uma canção que diz:
"Temos uma caixa cheia de histórias e elas são demais"

Nosso porão, nossas caixas, pacotes. Nossas metáforas com prazo de validade expirado sem que seus sentidos sejam de fato ultrapassados.

Nossas histórias são incomparáveis e, não fossemos tão carentes, incontáveis.

Mas se eu tivesse um porão. Ah, se eu tivesse um porão...

Eu teria um par de chaves
E não hesitaria em te convidar