Num palácio Real.
HIPÓLITO está sentado num quarto na penumbra assistindo TV. Ele está esparramado num sofá rodeado por caros brinquedos eletrônicos, pacotes vazios de batatas fritas e balas, e meias e cuecas espalhadas.
Está comendo um hambúrguer. Seus olhos estão fixos na luz trêmula de um filme de Hollywood.
Ele funga.
Sente um espirro vindo e esfrega o nariz para impedi-lo.
Isso ainda o incomoda.
Ele procura algo no quarto e pega uma meia.
Examina a meia cuidadosamente e assoa o nariz nela.
Joga a meia de volta no chão e continua a comer o hambúrguer.
O filme se torna especialmente violento.
HIPÓLITO assiste impassível.
Pega outra meia examina e descarta. Cata outra a examina e decide por ela.
Ele põe o pênis dentro da meia e se masturba até gozar sem nenhum tremor de prazer.
Tira a meia e a joga no chão.
Começa a comer outro hambúrguer.
*Prólogo da peça "O amor de Fedra", de Sarah Kane
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