É nóis, maluco

Olha, eu não sei como você caiu aqui. Mas já que tá, não custa um comentário p'ra deixa pegada forte na opinião do baguio. Suave!

domingo, 30 de setembro de 2007

Estocolmo. Uma sinopse. Por MCD


ESTOCOLMO – Uma sinopse.

Ele constrói um cativeiro.
Ele planeja colocar alguém naquele quadrado.
Ele e Ela se encontram.
Simpatiza com a vítima.
Ele leva Ela para casa dele.
A mantém cativa durante oito cenas, que são compostas de cenas curtas. Oito episódios sendo que os quatro primeiros: Chegada no cativeiro, Aulas, Presentes, Animal de estimação, se referem a fase infanto-juvenil. Os quatro últimos: Fotos, Roupa íntima, A escolhida, Fuga (ou não), representam uma adolescência possível.

Maria Rita Kehl, 53, é psicanalista e ensaísta. Escreveu, entre outros livros, ‘Ressentimento’. Ela diz no livro ‘O Olhar’ que “o seduzido não sabe onde pisa – e pensa que o sedutor sabe. Antecipa prazer e dor, pois, ao mesmo tempo que espera o gozo prometido pelo sedutor, já sabe que se aproxima uma catástrofe. O seduzido é alguém que perde o rumo e tem que se guiar, nas brumas de uma infância revisitada, pela bússola do olhar sedutor”.

Diz ainda que ‘o olhar seduzido é perplexo.’ E que ‘Todo saber se funda na necessidade de ser amado e no medo de ser dominado pelos outros.’ ‘Nossa vida psíquica, o que é muito mais grave, depende do inconsciente de pessoas que cuidam de nós: como podemos nos defender contra esse tipo de perigo?’

Ainda - ‘Totalitarismo e narcisismo: associação existente não só no inconsciente do dominador, mas também no do que se deixa dominar.’

E por fim: ‘No terreno simbólico estamos permanentemente inseguros (tanto que o narcisismo, sempre que pode, nos conduz de volta ao plano do imaginário) e, ao mesmo tempo, a salvo. Inseguros porque o que parece estabelecido se desfaz continuamente, devemos continuamente re-entender a desordem dos mundos. Re-interpretar, reorganizar, para perder as certezas outra vez mais adiante. Mas salvos da opressão do(s) código(s) totalitário(s).’

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