
Já matei vagalume. Juro. Pequei. Eu sei. Hoje essa lembrança me tortura. Espremi um vagalume. Talvez uns dois. Menos que dez. Juro. Mais do que isso é culpa da memória. O arrependimento é sincero. Não sei como pude.O vagalume é um mimo da natureza. Um inseto com luz própria. Quando seremos assim? Minhas invejosas questões filosóficas sobre a vida e a morte me levaram a esmagar o primeiro vagalume. O contrário não seria possível. Foi então que esparramei seu brilho pela terra. Eu estava curioso. Próximo da vítima o suficiente para sentir o cheiro dela. Que fique registrado: o cheiro do vagalume morto é inesquecível. Hoje, nem em filmes antigos posso ver vagalume. Acho que também não existem mais vagalumes nas florestas ao redor de Londres. E eu aniquilei pelo menos cinco deles. Nunca irei me perdoar por isso.
Por MCD
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