
Hoje acordei com Elis.
Logo pela manhã, subindo pelo morro do São Camilo para mais uma aula, depois de um final de semana impiedoso para os que lá vivem, Elis me atormentou com Cartomante.
Com sua voz única me dizia que nos dias de hoje é bom que se proteja, ofereça a face p´ra quem quer que seja...
Me pediu para cuidar dos filhos que ainda não tenho...
Para não pôr o dedo na nossa ferida.
Para ter paciência.
Disse com raiva, é verdade, que Deus estava conosco até o pescoço.
E o pior já estava tudo previsto... As cartas, os búzios, as escrituras... Tudo já sabia.
Alguns religiosos dizem que estamos no fim. Estamos no fim desde que nascemos.
Vivemos temendo o fim.
Utilizam da escritura, que dizem ser sagrada, para sermos "corretos" através do medo.
Desde a idade média faziam isso: Quem não pagava as suas contas, iria queimar no fogo do inferno eternamente!
Joana D'arc tem me visitado com frequência. Conta histórias da idade sombria. E não chora.
"Era necessário", diz com um angelical sorriso.
Hitler agendou algumas visitas, mas não teve coragem de aparecer. E eu que tinha deixado tudo arrumado. Sopa, vinho e pão. E fogueira, já que estamos ém época de festas juninas.
Esperei, esperei.... e nada.
Também convidei para um café da manhã, um dia desses, o capitão que comandou a invasão no presídio do Carandiru. Em vão...
A impressão que tenho é que a loucura se apoderou do espírito daquele homem. Ele ouve tiros o dia inteiro, e quando dorme sonha com eles... Com os tiros, testas furadas e risos!!
Macktub?
2 comentários:
medo!
bonito texto!
muito interssante!
bjs
A Elis sempre me dá umas sensações assim tbm.Cara simplesmente genial esa frase: "Estamos no fim desde que nascemos."
Parabéns
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