É nóis, maluco

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quarta-feira, 28 de junho de 2006

Sonho permitido

Matéria do Jornal Bom Dia Jundiaí
Por Gláucia Mazzei


Crianças carentes do São Camilo e da Vila Nambi sobem ao palco do Glória Rocha amanhã à noite para mostrar uma história de amor proibido.
Os alunos de teatro da pastoral do menor Sociedade Civil Pio Lanteri encenam amanhã, na Sala Glória Rocha, “Romão e Julinha”, a história de Romeu e Julieta do mundo dos gatos. A apresentação gratuita reúne cerca de 60 jovens do Jardim São Camilo, Vila Nambi e Jardim Pacaembu.Baseado no clássico de Shakespeare, o espetáculo do diretor José Renato Forner mostra a rivalidade entre os gatos brancos e os amarelos. “Uma guerra que vem à tona com a paixão da nobre Julinha pelo gato plebeu Romão”, conta. No palco, muita improvisação de cenário e figurinos, mas o texto na ponta da língua dos atores. São usados apenas uma escada e latas de lixo. Os atores usam roupas de TNT, que nem tecido é, confeccionadas por voluntárias da própria pastoral. “Foi tudo muito caseiro”, explica o diretor. “Mas um de nossos méritos é esse, realizar o espetáculo sem recursos, na raça.”Quem vê os ensaios se emociona com tanta dedicação. A reportagem do BOM DIA foi convidada a conhecer os bastidores da peça na segunda-feira. “A resposta dos alunos é imediata. A visão que eles têm da vida é muito rica”, diz. Dentro da pastoral, os alunos fazem aulas de teatro duas vezes por semana. São seis turmas, em um total de 120 crianças de baixa renda. São jovens de 7 a 15 anos que vêem nas aulas, dadas em uma casa ao lado da capela do Jardim Pacaembu, uma oportunidade única. “Se fosse para pagar, eu não poderia fazer teatro”, avisa Rodrigo Ferreira de Moraes, 16 anos, que fará Romão. Rodrigo mora no Jardim São Camilo com os pais e três irmãos. A mãe é doméstica e o pai, ajudante de limpeza. “Faço aulas desde o ano passado e já consigo me soltar mais e falar melhor com as pessoas.”A Julinha da história, Pâmela Cristina Bento, 15, também vê modificações em sua vida depois que iniciou na pastoral, há um ano e meio. “O teatro me ajudou a respeitar os limites de cada um, algo importante para meu futuro.”A adolescente não conhece o pai. Mora com a mãe e a avó e divide seu tempo entre a pastoral e as aulas do segundo ano do Ensino Médio. “Sonho em fazer faculdade de artes”, conta. Sirleide dos Santos, 13, também se empolga com as aulas e quer ser atriz. “Gosto muito de ensaiar.” Ela mora no Tamoio com o pai, vigilante, e a mãe, desempregada. “Romão e Julinha”Quando: amanhã, às 20hOnde: Sala Glória Rocha (rua Barão de Jundiaí, 1.093)Quanto: entrada gratuita

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